O período pré-eleitoral no Brasil, para as eleições de 2026, já começou, tendo como exemplo de segurança pública a megaoperação das polícias do Rio de Janeiro – ou a chacina claudista – nos complexos do Alemão e da Penha. Ou seja, a segurança pública ressurge, outra vez, como um flagelo da sociedade para uso político e eleitoral.
Na verdade, os “políticos do caos” se aproveitam de uma situação ou fato social para manipular a população a ver uma crise de segurança pública não como um fenômeno social complexo de responsabilidade de todos (do Estado e da sociedade), mas como oportunidade eleitoral para ludibriarem os analfabetos políticos e o eleitorado desesperado.
Assim, por todo o país surgem os alpinistas políticos e os velhos políticos que propagam ideias ultrapassadas para obter validação eleitoral, com a narrativa da “política da bala” de que “bandido bom é bandido morto”. Isto é, trata-se da velha política de higienização criminal, que usa as polícias para fazer uma faxina social da “bandidagem” no país.
Mas, afinal, quem são mesmos os bandidos no Brasil: os que matam, os que morrem, os que lucram com ilícitos, os que roubam, os que financiam o ilegal, os que pilham o erário, os que traficam, os que vendem sentenças, os que fraudam concursos, os que corrompem, os que estupram, os que tentam golpe de Estado, os que abusam de crianças e de adolescentes, os que prevaricam, os negacionistas, os feminicidas?
Ora, para os incautos defensores da ideia de “sensação de segurança” em detrimento da garantia do “sentimento de segurança” – um dever do Estado –, a “política da bala” é a única solução estatal para o enfrentamento e o controle da violência cotidiana e, principalmente, do crime organizado. Porém, esta lógica não é factível nem tão pouco razoável.
Ora, essa retórica política é tão atrasada, que chamar de uma ilusão chega a ser um elogio. Pois, a “chacina claudista” não é resultado de uma política pública para suprir a ausência do Estado nas periferias, mas um reflexo da “política do mais do mesmo”, que se baseia no que é paliativo e não no que deve ser efetivo.
Desse modo, os arautos do populismo político ou a “política da bala”, com base no medo, no terror e na violação de direitos, se esquivam das responsabilidades sociais, para contornar a incompetência da “classe política” na construção e na implementação de um conjunto de ações e de políticas públicas intersetoriais de prevenção e de controle efetivo da criminalidade no país.
Logo, o engodo do uso político, por parte de alpinistas políticos e de velhos políticos carreiristas, do clamor popular por segurança pública desvirtua o verdadeiro foco do problema social, para enganar a consciência de massa com subterfúgios e soluções irrealizáveis.
Na verdade, muitos deles tentam se validar com o eleitorado, em tempos de desespero social, como os “salvadores da pátria”, mas, nos bastidores da política, são, de fato, os “senhores da guerra”, que lucram com o aumento da violência e da criminalidade, e levam o flagício para todos na sociedade.
Com isso, os “senhores da guerra”, que aplaudem a “chacina claudista”, não estão querendo diminuir o martírio das populações mais atingidas com a insegurança pública. E, sim, sem nenhuma compaixão com a vida de outrem, buscam se aproveitar e se locupletar com a morte de “bandidos” – e, também, de policiais –, para atingir um cargo político, pensando em si mesmos.
Portanto, a “política da bala” não traz uma metamorfose para os problemas sociais, pois é uma mentira contada há tempos, para enganar o povo, manipular o eleitorado e sabotar a sociedade pela política, em busca de validação e votos.
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