A prática política, enquanto uma luta pelo poder, é uma arena de disputas por espaços de hegemonia. Contudo, são as formas e os meios usados para “lutar” que diferenciam um político de outros. A política, em si, não é má nem ruim, mas necessária para mediar os interesses em sociedade. Assim, quanto mais a classe política atuar a favor das demandas populares, mais justa e menos violenta tende a ser a vida social para todos.
No Brasil, após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – ao descumprir medidas cautelares, passível de prisão preventiva (STF) –, indiciado por arquitetar e liderar uma tentativa de golpe de Estado – que incluía sequestros e assassinatos –, a ala bolsonarista obstruiu, forçosamente, as atividades parlamentares no Congresso, ocupando as mesas diretoras da Câmara e do Senado numa sabotagem política.
Para justificar a defesa oportunista de um “clã familiar” da extrema direita, em detrimento dos interesses coletivos, a ala política reacionária alegou ter um suposto “pacote da paz”, onde defende a anistia irrestrita, o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado, para forçar o perdão aos “patriotas fakes” que já foram condenados pelos ataques às instituições públicas em 8 de janeiro de 2023.
Como parte de um espetáculo antidemocrático, com cenas de bufões e atos de egolatria exacerbada, deputados e senadores compartilharam nas redes sociais as "algazarras políticas" dentro das Casas Legislativas. Cujo objetivo dos vídeos publicados era tão-somente manipular e insuflar a “massa verde-amarela” – alheia à verdade – contra às instituições públicas e a favor de uma “política sabotadora”, que nega o debate político, apoia a ingerência estrangeira, defende os próprios interesses e rejeita o diálogo para destruir a democracia.
Assim, a decisão de senadores e deputados da oposição em ocuparem as mesas diretoras equiparou o Congresso Nacional a um “pântano institucional”. Ou seja, uma área empobrecida com solo saturado, onde uma demagogia densa se sustenta no negacionismo, em interesses escusos, atitudes egoicas e falas de ódio, fazendo crescer um ambiente inundado de desinteresse nacional, ofensas vazias e apologia à ruptura democrática.
Dessa forma, ao utilizar a medida como um instrumento de imposição política, o grupo de congressistas de viés extremista não somente atrapalharam e bloquearam as votações no Congresso, mas, principalmente, puniram o povo, ao abandonarem as pautas de interesses nacional para forçar uma “anistia ampla e irrestrita” em favor de condenados e de indiciados por crimes contra a nação. Óbvio que, no Estado Democrático de Direito a prisão é uma exceção e deve se seguir depois do tramitado e julgado.
Na verdade, é uma sabotagem à democracia no Brasil – orquestrada por brasileiros e patrocinada por Donald Trump –, onde os deputados e senadores extremistas se agrupam para colocar os Três Poderes de joelhos à potência mundial, como se fora os “donos do país”. Estão agindo contra os interesses da nação para criarem um pântano institucional, através da humilhação de autoridades e retornar a ditadura no país.
Para isso, externamente articulam ameaças milicianas para desestabilizar o país e internamente utilizam as redes sociais como meio de manipulação mental de “patriotas fakes”, para fazê-los se moverem cegamente por ilusões, ódios e desordem social. E, assim, impor o plano sórdido de amordaçar o povo e se apossar do país à força, como um latifúndio da extrema direta.
Portanto, querem criar um clima de tensão para servir de cortina de fumaça à união de pessoas e interesses escusos, com adesivos na boca e correntes nas mãos, e domar a rebeldia das “massas”.
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