
Teresina vai passar a contar com um Plano de Enfrentamento ao Feminicídio e de Combate à Violência Baseada no Gênero. A viabilidade da construção desse plano se deve à parceria da Agenda Teresina 2030 com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O organismo internacional fez a contratação de uma consultoria, que fará o levantamento de dados e a elaboração do documento. Também está inserida nesta construção a Secretaria Municipal de Políticas Públicas Para as Mulheres. O trabalho da consultoria inicia na próxima semana.
Nesta sexta-feira (17), foi realizada a primeira reunião de alinhamento com a consultoria para estabelecimento de cronograma. “Estamos iniciando a construção desse plano de extrema importância para a cidade, que vem testemunhando números crescentes de mulheres sendo agredidas e mortas. Essa parceria com a SMPM renderá esse fruto e o que esperamos é que seja desenvolvida, a partir dele, uma política pública sólida de proteção a mulheres e meninas da nossa cidade”, afirma Leonardo Madeira, coordenador da Agenda Teresina 2030.
O Plano de Enfrentamento ao Feminicídio e de Combate à Violência Baseada no Gênero trará um panorama geral dos crimes cometidos contra mulheres na capital para propor ações diretas e indiretas no sentido de garantir os direitos de mulheres e meninas, não apenas no aspecto punitivo aos agressores, mas também de prevenção e fortalecimento da rede de apoio e dos fluxos de atendimento.
É a Agenda Teresina 2030 o órgão que estabelece parcerias entre a Prefeitura e instituições nacionais e internacionais para o desenvolvimento de políticas públicas para o atendimento de populações vulneráveis, atendendo às diretrizes dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU. A construção desse plano atende ao ODS 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Violência contra a mulher em Teresina
O Mapa da Segurança Pública de 2025 aponta que o Piauí apresentou o maior aumento percentual de feminicídios no Brasil entre os anos de 2023 e 2024. O número no Estado cresceu 42,86% e o de estupro teve um aumento de 23,61% no período. Teresina também aparece entre as capitais com os maiores números absolutos em 2024, ficando em quarto lugar, com 12 vítimas.
Até o mês de junho de 2025, a polícia já contabilizava 24 feminicídios no Estado. A delegada Bruna Verena, da Diretoria de Proteção à Mulher e aos Grupos Vulneráveis da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, confirmou à imprensa que um estudo mostra que 90% das vítimas não tinham feito boletim de ocorrência ou pedido medida protetiva.
Fonte/Créditos: PMT
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