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Reunião no Ministério do Desenvolvimento debate a segurança alimentar em Goiás

Ministro Wellington Dias destacou os impactos positivos do Programa de Aquisição de Alimentos

Deputado estadual Mauro Rubem (PT/GO) com o ministro Wellington Dias

Deputado estadual Mauro Rubem (PT/GO) com o ministro Wellington Dias Foto: MDS

Ações de promoção à segurança alimentar para o estado de Goiás pautaram a reunião do ministro Wellington Dias com o deputado estadual Mauro Rubem (PT/GO), nesta quarta-feira (10). Representantes do Movimento Camponês Popular (MCP) da região de Goiânia também participaram da reunião, em Brasília.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ao lado da secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, falou sobre os impactos positivos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para a alimentação e para impulsionar a economia local. Além disso, salientou a importância de aliar movimentos sociais nessa cadeia, como o MCP.



“Por meio do Movimento Camponês Popular, a gente tem a oportunidade de trabalhar com projetos na área do PAA, fazendo o alimento chegar saudável na mesa de quem precisa. O presidente Lula relançou o PAA, já no primeiro ano de gestão, com mudanças que vieram para melhorar a vida das famílias que trabalham com as produções rurais”, destacou o ministro.


O PAA faz parte do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e, com outros órgãos do Governo Federal, estados, municípios e entidades sociais, estimula a produção de alimentos pelos agricultores familiares. O valor individual do PAA que pode ser comercializado pelas agricultoras e pelos agricultores familiares passou de R$ 12 mil para R$ 15 mil, nas modalidades Doação Simultânea, Formação de Estoques e Compra Direta.




“Agradecemos a excelente recepção do MDS e parabenizamos pelo importante trabalho de união e reconstrução do nosso país”, pontuou o deputado Mauro Rubem, representante de Goiás. “Vamos fortalecer as políticas públicas para produzir comida limpa e saudável para o povo brasileiro”, afirmou a coordenadora do MCP, Sandra Alves.


O Movimento Camponês Popular (MCP)

Criado em Goiás, em 2008, o Movimento Camponês Popular (MCP), nasceu em meio a um intenso debate no conjunto dos movimentos populares do campo. A discussão girava em torno da produção dos chamados agrocombustíveis. Poucos anos antes, em 2005, o Brasil lançou o Programa Nacional de Agroenergia, na tentativa de assumir a liderança do mercado internacional de agrocombustíveis. Naquele contexto, o país já era o maior produtor mundial de etanol, a partir da cana de açúcar. Os chamados biocombustíveis apareciam como uma forma de produzir energia alternativa ao petróleo.


Houve, então, uma onda massiva de investimentos na produção de combustível baseada no cultivo e processamento industrial de vegetais como o milho, a soja, a palma azeiteira, a cana de açúcar, dentre outros. A problemática central desta promessa era a disputa deste mercado com a produção agrícola destinada à alimentação. Ou seja, com o grande estímulo à produção de combustíveis, a produção de alimentos ficaria secundarizada e os preços subiriam. Essa realidade se concretizou na crise de 2007/2008, quando houve grande aumento nos preços mundiais dos alimentos, em que o próprio Banco Mundial atribuiu ao desvio de grãos para produção de combustíveis.

Outra consequência grave foi a concentração ainda maior das terras, já que a produção de agrocombustíveis se conglomerou em produtos como a cana de açúcar e a soja, fortalecendo o agronegócio e suas estratégias de ocupação das terras. Nesse sentido, a produção de agrocombustíveis nada tem a ver com as questões ambientais, com a produção de combustível “limpo”, mas é somente uma questão econômica e de dominação das grandes empresas multinacionais. Era mais um projeto do agronegócio, com seu modelo predatório que visa apenas o lucro, desrespeita o meio ambiente, a diversidade, a cultura e não considera os prejuízos para a população e para o planeta.

O MCP foi criado em julho de 2008, como estratégia de fazer resistência a este processo. A partir desse pressuposto, assume como princípios a afirmação da autonomia do campesinato, por meio da construção da soberania alimentar popular e nacional.


Fonte: MDS

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