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Exames de laboratório confirmam três casos da Febre do Oropouche em Teresina

Febre Oropouche é transmitida pelo mosquito maruim ou mosquito-pólvora

Mosquito-pólvora ou maruim

Mosquito-pólvora ou maruim Foto: Reprodução

A Fundação Municipal de Saúde (FMS), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), confirmou laboratorialmente três casos de Febre do Oropouche em Teresina. Os pacientes foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Renascença, em março/2024, e dois deles eram residentes da zona Sudeste da capital.


“Os pacientes não estiveram em outra cidade ou estado recentemente – o que leva a crer em transmissão autóctone, embora ainda não se possa determinar o local exato onde foram infectados”, comenta Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS. Eles apresentavam suspeita inicial de dengue, receberam medicações, tiveram amostras de sangue colhidas e foram liberados para tratamento domiciliar. Entretanto, os testes para dengue resultaram negativos. Os casos foram confirmados por exames de biologia molecular (RT-PCR) realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí Dr. Costa Alvarenga (LACEN-PI).


Walfrido Salmito explica que a detecção destes casos é considerada um evento atípico, visto que a doença não é considerada endêmica no Piauí. “Em 2021, a FMS divulgou a confirmação laboratorial do primeiro caso da doença no estado. À época, levantamento de campo realizado pela Zoonoses em parceria com o Instituto Evandro Chagas identificou a presença do mosquito transmissor da febre Oropouche no entorno do domicílio do paciente, diz”. Desde então, mais oito casos apresentaram testes positivos para infecção pelo vírus Oropouche, porém por métodos sorológicos que, por natureza, são mais sujeitos a reações cruzadas e a resultados inconclusivos.

A transmissão da febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece se multiplicando no mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela. Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença, silvestre e urbano. No primeiro, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus.

O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim (muruim, mucuim ou mosquito-pólvora), é considerado o principal transmissor nesse ciclo. Quanto ao ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus e o maruim também é considerado como principal vetor. Entretanto, mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus (um tipo de “muriçoca”) é comumente encontrado em ambientes urbanos e pode, ocasionalmente, transmitir o vírus Oropouche aos humanos.


Evitar a proliferação de criadouros de mosquitos e o contato com eles são a principal forma de prevenção da febre do Oropouche. Em especial durante visitação de regiões de mata, é fundamental que sejam utilizadas roupas de mangas compridas e repelentes sobre as áreas expostas de pele.


Febre do Oropouche

A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

TRANSMISSÃO

A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

  • Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  • Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.

SINTOMAS

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com diagnóstico de infecção pelo OROV deve ser notificado. A FO compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.

TRATAMENTO

Importante: Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

PREVENÇÃO

Recomenda-se:

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
  • Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.

Importante: Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.

Fonte: PMT/MS

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