Política

Eduardo ameaça o retorno da ditadura em discurso na Câmara

Eduardo ameaça o retorno da ditadura em discurso na Câmara

Eduardo Bolsonaro faz apologia às armas na sede da ONU
Foto: Instagram O filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), declarou que se houver no Brasil manifestações semelhantes a do Chile, os manifestantes "vão ter que se ver com a polícia". Segundo ele, se tiver uma radicalização nas ruas, "a história irá se repetir". A fala aconteceu na noite desta terça-feira (29) no Plenário da Câmara. Em tom incisivo, o líder do partido de Jair Bolsonaro na Casa começou afirmando que a esquerda, que segundo ele quer "mamar na teta de um estado grande", vai tentar trazer para o Brasil um movimento semelhante ao que está tomando conta do Chile, que vive uma convulsão social contra o governo. "Eles vão querer repetir no Brasil o que está acontecendo no Chile", afirmou o deputado. Na sequência, Eduardo disse que a polícia brasileira irá impedir isso de acontecer e acenou com a volta da ditadura militar caso haja uma radicalização dos manifestantes. "Não vamos deixar isso vir pra cá. Se vier pra cá vai ter que se ver com a polícia e se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir, e aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar", disse o filho do presidente. A fala de Eduardo foi rebatida pelo líder do Psol na Câmara. "Um deputado que foi votado, muito bem votado, vem falar de golpe de estado aqui", iniciou Ivan Valente (Psol-SP). "O Deputado Eduardo Bolsonaro pode ter o direito de defender as ideias neoliberais dele, mas ele não tem o direito de falar que vai ter golpe de novo aqui. Isso é pregação de golpe de Estado! Isso é golpe de Estado! Isso é atentado à democracia, ao Estado Democrático de Direito, em caráter permanente, nas redes sociais, para arregimentar milícia virtual e milícia política, milicianos assassinos que estão lá no Rio de Janeiro, ligados a Queiroz e companhia", disse o deputado. Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Gustavo Bebianno, que foi presidente do PSL durante a eleição e chegou a assumir a Secretaria-Geral da Presidência, por pouco mais de um mês, disse que Jair Bolsonaro poderia tentar um golpe no Brasil. Na avaliação de Bebianno, a divulgação do vídeo em que Bolsonaro é tratado como um leão cercado por hienas como o Supremo Tribunal Federal, partidos de oposição, imprensa e outras organizações, é mais um indicativo de que os filhos e o núcleo duro do presidente desejam uma ruptura institucional. Bolsonaro pediu desculpas nesta terça-feira e classificou o episódio como um "erro". “Sim, é um indicativo, assim como a fala do Olavo e do Filipe Martins sugerindo um novo AI-5, o extermínio de partidos de oposição. Isso tudo claramente. O Eduardo disse que bastava um cabo e um soldado, não precisava nem de jipe, para fechar o Supremo. Outro dia o Carlos disse que as coisas são muito lentas na democracia. Não são sinais que precisam ser traduzidos. As falas deles são explícitas. Só estou observando o que eles próprios estão dizendo”, diz. Filipe Martins é um dos assessores da Presidência convocados pela CPI das Fake News.

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