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Luis Miranda pode "explodir a República" depois da ameaça de cassação do mandato

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, pediu a cassação do mandato do deputado federal

Deputado Luis Miranda (DEM-DF)

Deputado Luis Miranda (DEM-DF) Foto: Agência Câmara

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) ameaçou “explodir a República” após tomar conhecimento de uma representação apresentada pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, para pedir a perda de mandato do congressista. 

Ouça o áudio do deputado federal!


“Tomei conhecimento agora da representação que o PTB entrou contra mim no Conselho de Ética da Câmara. Se de fato for pra frente, na primeira sessão [do órgão interno], as provas que o Brasil inteiro quer que eu apresente serão entregues na sessão e, me desculpe, mas 2022 vai ser bem diferente. Só isso que eu tenho pra dizer”, resumiu o deputado em áudio divulgado pelo portal Metropoles, noite de terça-feira (29).

“Já que o ‘Bob’ quer explodir a República, então que ele o faça, porque até agora eu só falei a verdade e tentei minimizar os danos. Se eles querem aumentar o tom, vamos aumentar o tom, eu não tenho dificuldade nenhuma em aumentar o tom”, ameaçou.

Perda de mandato

O ex-deputado Roberto Jefferson ingressou com uma representação para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avalie encaminhar o deputado Luis Miranda para o Conselho de Ética da Casa. O pedido foi protocolado na noite desta terça-feira (29).

Na peça, o cacique – conhecido defensor bolsonarista – elenca uma série de argumentos alinhados com discursos dos senadores da base governista que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e que tentaram desconstruir a versão apresentada pelo congressista e o irmão, Luis Ricardo Miranda – servidor concursado do ministério – sobre as suspeitas do negócio milionário.

De acordo com Jefferson, Luis Miranda teria se utilizado “da periclitante circunstância da pandemia mundial da Covid-19 a fim de criar uma narrativa com o único objetivo de prejudicar o presidente da República”. Por isso, o político condenado no processo do Mensalão pede a perda do mandato do autor das denúncias contra o governo Bolsonaro.

“Por ilação lógica, ao passo que o Parlamentar, ora Representado, levou a uma Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado Federal narrativa diversa dos fatos (dos quais ele tem total conhecimento) com o fito de prejudicar o Presidente da República, indubitavelmente infringiu o Código de Ética da Câmara dos Deputados (…). Assim, deixa de cumprir a Constituição ao cometer ilícito grave, desvalorizando as instituições, exercendo o mandato sem respeito à vontade popular, de má-fé e de maneira ímproba, desrespeita a autoridade do Presidente da República, e abusa da imunidade parlamentar para cometer ilícitos e violar inúmeros dispositivos.”

De vidraça a estilingue

Roberto Jefferson foi o delator do Mensalão, acabou cassado em 14 de setembro de 2005 e condenado a 7 anos e 14 dias de prisão julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 28 de novembro de 2012. Jefferson foi condenado a mais de 10 anos de reclusão em regime fechado, mas como recebeu o benefício da delação premiada, reduzindo em 1/3 a pena, sua pena foi reduzida para 7 anos e 14 dias a ser cumprida em regime semiaberto. Em maio de 2015, Roberto Jefferson passou a cumprir o restante da pena em regime aberto, após autorização concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF.  Em março de 2016, foi indultado, junto a outros cinco corréus, pelo mesmo ministro Barroso, com base no indulto presidencial de natal de 2015, e quitou sua dívida com a Justiça.

Fonte: Metropoles

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