Câmara dos Deputados

Deputada manifesta repúdio as declarações do ator José de Abreu

Iracema Portella considerou que o ator foi agressiva com a atriz Regina Duarte

Deputada federal Iracema Portella

Deputada federal Iracema Portella

A Procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, deputada federal Iracema Portella (Progressistas-PI), fez um discurso manifestando repúdio às declarações do ator José de Abreu no início desta semana. Em áudio enviado à jornalista Mônica Bergamo, o ator criticou a atriz Regina Duarte por aceitar o cargo de Secretária Especial de Cultura do Governo Federal, usando termos machistas e misóginos.

Em sua fala, Iracema Portella destacou que a agressão sofrida por Regina Duarte não se trata apenas de discordância política. "Mostra o total desprezo contra as mulheres que exercem o poder político em igualdade com os homens. Ao ocupar os espaços de decisão, as mulheres são vítimas de preconceito e discriminação por contrariar o sistema machista incrustado ao longo da história".

Para a parlamentar piauiense,  declarações e comportamentos machistas são atos violentos e devem ser encarados como tal. "Não se pode admitir ou justificar atos violentos. Milhares de mulheres são vítimas todos os dias e é papel de todos nós combater o machismo com firmeza e determinação. Fazemos isso na Procuradoria da Mulher e queremos muito que nossa mensagem de apoio e empoderamento chegue a todas as mulheres. Não vamos nos calar", disse Iracema.

Segue a íntegra do discurso de Iracema Portella:

Senhoras, senhores,

A luta pelos direitos femininos é uma luta de toda a sociedade. Quando uma mulher é atacada, seja do ponto de vista físico ou moral, as pessoas comprometidas com a construção de um País verdadeiramente democrático e justo devem se posicionar, protestando contra a cultura do machismo e da violência em suas mais variadas dimensões.

A postura do ator José de Abreu em relação à atriz Regina Duarte foi grotesca, preconceituosa, machista e misógina. Não podemos tolerar esse tipo de comportamento que ameaça os direitos femininos e a batalha pela ampliação dos espaços de poder e decisão para as mulheres.

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados divulgou uma nota de repúdio à atitude do ator José de Abreu, que eu gostaria de ler, agora, nesta tribuna.


“NOTA DE REPÚDIO, APOIO E SOLIDARIEDADE

Esta Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados manifesta seu total repúdio à violência política sofrida pela nova Secretária Especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte, em áudios enviados à colunista Mônica Bergamo, do Jornal Folha de São Paulo, terça-feira (04/02/2020).

Nesses áudios, o ator José de Abreu atacou a atriz Regina Duarte assumindo postura machista e misógina. O conteúdo dos áudios revela verdadeira ofensa à todas as mulheres.

A agressão sofrida por Regina Duarte expressa não somente a discordância de sua opinião política, mas também o total desprezo contra as mulheres que exercem o poder político em igualdade com os homens. Ao ocupar os espaços de decisão, as mulheres são vítimas por contrariar o sistema machista incrustado ao longo da nossa história.

Rechaçamos todo tipo de violência contra as mulheres e consideramos que a violência política e o machismo são as ferramentas que mais impedem que as mulheres alcancem os espaços de poder e decisão. Esse tipo de agressão mostra a face da violência que, diariamente, as mulheres sofrem ao ingressar nos espaços de poder.

Dessa forma a Secretaria da Mulher manifesta sua solidariedade à Secretária Regina Duarte e repudia qualquer tipo de violência contra as mulheres.

Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados"

Senhoras e Senhores deputados, é de fundamental importância reforçar a defesa pela igualdade de gênero e pelo empoderamento feminino.

Diferenças ideológicas não podem justificar atos violentos contra as mulheres. Precisamos combater, com firmeza e determinação, o machismo, o preconceito e a discriminação que, infelizmente, ainda impedem que milhares de mulheres brasileiras tenham seus direitos assegurados.

Muito obrigada.

Fonte: Ascom

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