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Jurista Celso Barros Coelho completa 100 anos e ganha homenagem da OAB-PI

O presidente da OAB-PI entre 1963 a 1974, o advogado tem uma trajetória marcante de conquistas e realizações

Celso Barrosa presidiu a OAB-PI no período de 1963 a 1974

Celso Barrosa presidiu a OAB-PI no período de 1963 a 1974 Foto: OAB-PI

Celso Barros Coelho, Membro Honorário Vitalício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, comemorou os 100 anos de idade na quarta-feira (11) e foi homenageado pela Ordem dos Advogoados do Brasil no Piauí.

Presidente da OAB-PI no período de 1963 a 1974, o advogado possui uma trajetória marcante de conquistas e realizações. É um homem cuja trajetória inspira as novas gerações e desperta a admiração na advocacia de todo o Piauí.


Completar um século de vida não é apenas pertencer à história, mas ajudar a escrevê-la. Chegar a essa idade com lucidez é um privilégio conquistado por poucos.


“Celso Barros é um lutador. Demonstrou que durante toda a sua vida foi feita pela luta, pela luta de sair do sertão, de ter sido órfão de pai muito novo, de vir para Teresina estudar e aprender sozinho, de trilhar um caminho e exercer com muita dignidade as funções que desempenhou. No magistério, sendo um professor de gerações; na política, sendo um grande legislador; nas letras, sendo um sábio e literato; na OAB, enquanto dirigente por seis mandatos; e, sobretudo, na advocacia que exerceu e ainda exerce com muita coragem e dignidade ao longo de setenta anos”, destacou Celso Barros Coelho Neto, presidente da OAB Piauí.

Fides Angélica Ommati, ex-presidente da OAB-PI, fundadora da Escola Superior da Advocacia (ESA-PI), ressaltou o trabalho realizado pelo advogado ao longo dos últimos cem anos.

“Ele deu uma contribuição valiosíssima para esta Seccional nos 10 anos em que foi presidente. Celso Barros deixou de ser uma pessoa, hoje ele é uma instituição. Ele é icônico, raro e especial. Não é só um advogado, é um jurista, um professor, um escritor, um filósofo. E tudo que ele fez o tornou uma pessoa extraordinariamente diferente. Ele é um grande piauiense, que orgulha a todos”, disse Fides Angélica.

Celso Barros Coelho Neto seguiu os passos do avô e relembra influência que ele exerceu sob a sua formação enquanto cidadão e advogado. “Tenho muito orgulho de ser neto dele. A lembrança mais presente que tenho do meu avô é a associação com o estudo. Sempre com o livro na mão, sempre estudando. Estudo diário é a sua marca. Homem sábio que sempre teve humildade de aprender e de ensinar”, pontuou.


 

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Celso Barros Coelho iniciou seus estudos em 1938, aos 16 anos, no Seminário Menor de Teresina, do qual foi seminarista até 1945. Dali, começou a sua sólida formação, com domínio do latim, grego, francês, italiano e espanhol, além de ser profundo conhecedor da língua portuguesa e da literatura brasileira e universal. Após a conclusão do Seminário, adveio logo convite da Igreja Católica para morar na Itália, o qual teve que recusar, pela impossibilidade de sair do Brasil, naquele período, haja vista ser órfão de pai e, sendo o primogênito, por considerar-se, ao lado de sua mãe, também responsável pelo destino dos irmãos. Permaneceu em Teresina e iniciou a sua brilhante carreira no magistério, no nível primário e secundário, sendo professor do próprio Seminário Menor de Teresina, Colégio Diocesano, Colégio das Irmãs, Liceu Piauiense, Colégio Demóstenes Avelino e Escola Normal Antonino Freire, com as disciplinas de português, francês, latim e grego.


Graduado pela Faculdade de Direito do Piauí em 1953, o advogado tornou-se professor titular da Universidade Federal do Piauí na cadeira de Direito Civil. Lecionou também como professor visitante na Universidade de Brasília, na Escola Superior da Magistratura do Piauí e na Escola Superior da Advocacia do Piauí integrando o seu conselho diretor. O advogado foi procurador autárquico federal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, além disso, ocupou funções como juiz de direito, promotor de justiça e auditor.




Celso Barros acumulou uma abastada cultura literária, filosófica e jurídica. É escritor com dezenas de livros publicados, imortal da Academia Piauiense de Letras. O centenário também integra os quadros do Instituto Luso-Brasileiro de Direito Comparado (Rio de Janeiro); Instituto de Direito Natural (Brasília); Instituto dos Advogados Piauienses; Instituto dos Advogados Brasileiros (Rio de Janeiro); Academia Piauiense de Letras Jurídicas; Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.


Ao enveredar para a política partidária, foi Deputado Estadual eleito, com mandato cassado pela Ditadura de 1964, e Deputado Federal por dois mandatos, sendo vice-líder e líder dos partidos aos quais se filiou. Prestou assessoramento jurídico na elaboração das Constituições Estaduais do Piauí, Maranhão e Tocantins. Na Câmara Federal, atuou como relator e autor de importantes Projetos como: Código Civil Brasileiro (relator do Livro V – Direito das Sucessões); Lei do Inquilinato (autor de emenda e relator de outro projeto); Lei das Execuções Penais (relator); Lei de Regulamentação do Divórcio (autor de um dos Projetos).


Sendo um dos mais geniais advogados piauienses, Celso Barros Coelho possui um dos currículos mais ricos da advocacia, digno dos seus 100 anos de vida. A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, exalta todas as conquistas acumuladas ao longo de toda a trajetória e parabeniza pelo centenário.

Fonte: OAB-PI

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