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A vaca e o carrapato

A receita de Brasília repetida em Teresina

Aguapés ocupam toda extensão do leito do Rio Poti, em Teresina

Aguapés ocupam toda extensão do leito do Rio Poti, em Teresina Foto: Reprodução/Beatriz Carvalho

A vaca e o carrapato

Desde criança escuto o povo falar em “matar a vaca para acabar com o carrapato”. Menino “vivo”, sempre atento a tudo, cresci... muito mais preocupado em ver nascer cabelo do suvaco do que com a rês e parasita - de quem, aliás, nunca esqueci.

Estudei, fiz vestibular, ralei pra caramba... e hoje sou jornalista. Escrevo sobre tudo que me der na telha - inclusive sobre o diabo da vaca...  que, aliás, foi pro brejo faz é tempo!

Em tempo de ebulição na América do Sul, assistimos a uma sucessão de asneiras do poder central, sob as ordens de um cara que se acha o "rei leão cercado de hienas". 

Entendemos, pois, o significado do “matar a vaca...”. 

O todo poderoso morador da Casa 58 do “condomínio do barulho” na Barra da Tijuca, no Rio, decidiu, com uma canetada, acabar com o chamado “Seguro Obrigatório” - Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre.

O argumento para tal façanha? As fraudes milionárias contra a Seguradora Líder (atual administradora do DPVAT) praticadas por quadrilhas muito bem montadas nos estados, da qual fazem parte políticos, empresários, advogados, médicos, despachantes e outros “milicianos” corruptos infiltrados nos órgãos que liberam e fiscalizam o pagamento das indenizações. 

Para o Planalto, acabar com o DPVAT é menos arriscado do que prender as quadrilhas que fraudam o seguro obrigatório. Há um cheiro de podre no ar de Brasília.

Verde oliva

A morte anunciada da “vaca” vai representar R$ 2 bilhões/ano a mwnos na conta do SUS a partir de 2020. As pessoas vão vontinuar matando, morrendo - ou ficando mutiladas - em  consequência de acidentes de trânsito. O pobre vai buscar o SUS para atendimento e, sem dinheiro, o SUS pode condenar à morte  uma legião de acidentados? 

Hoje, metade do que é pago pelos donos de veículos para o seguro obrigatório vai para a União, sendo que 45% é destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para custeio da assistência médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito - os outros 5% são direcionados para o Denatran para bancar campanhas e programas de educação e prevenção de acidentes.

A Seguradora Líder abocanha a outra metade lqpara as despesas, reservas e pagamento de indenizações às vítimas ou familiares.

Verde vergonha


Lá, em Brasília, como cá, no Piauí, o remédio é sempre amargo e custa mais caro do que prevenir a doença. 

Todos os anos, no "B-R-O-BRO", políticos oportunistas e ambientalistas promovem manifestações em Teresina para reclamar dos aguapés no rio Poti - um “esgotão” a céu aberto. Falam das plantas, mas ignoram completamente as causas.

O Poti virou um “tietêzão”, onde bacanas - moradores de condomínios de luxo - fespejam seu dejetos sem nenhum tratamento... e ninguém toma qualquer providência.

Lacremos as bocas de lobo e vamos saber quem está jogando mijo e bosta no rio. A sujeita vai retornar pelo ralo para seus legítimos donos.

A vaca estará salva, ou quase. A dona das tetas onde mamam os afilhados da burguesia - fétida, mas com cacife para  bancar o Channel - vai continuar atolada no brejo, na lama... para onde a empurramos com nosso voto torto. 

Fonte: Paulo Pincel

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