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Ampliação da Ponte JK deve crescer 50% do fluxo de veículos

Ampliação da Ponte JK deve crescer 50% do fluxo de veículos

A nova faixa que será aberta na pista de sentido centro - zona leste da Ponte Juscelino Kubitschek deve aumentar a capacidade máxima de tráfego em até 50%, passando dos atuais 3.600 veículos/hora para 5.400 veículos/hora - o que deve eliminar um dos principais gargalos do trânsito da cidade. O dado foi divulgado durante a audiência pública realizada esta semana na Câmara de Teresina para tratar sobre o atraso na conclusão do alargamento da ponte, que liga a Avenida Frei Serafim à Avenida João XXIII. PONTE_JKProposto pelo vereador Antonio Aguiar (PROS), o evento contou com a presença de representantes da Prefeitura de Teresina, do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PI), da Polícia Rodoviária Federal, do Ibama, da Universidade Federal do Piauí, dentre outras entidades. O Governo do Estado, porém, não enviou qualquer representante à audiência, embora seja o responsável pela execução da empreitada. Antonio Aguiar lamentou a ausência do secretário estadual de Transportes, Guilhermano Pires, e rebateu a alegação de que a Setrans não teria sido convidada para o evento. O parlamentar levou à tribuna da Câmara o comprovante de recebimento do convite com carimbo do gabinete de Guilhermano, e ressaltou que a presença de um representante da pasta era indispensável, por se tratar do órgão responsável pela obra. Antonio Aguiar alerta para o risco de a obra ser embargada pelo Ministério Público, por não atender uma série de trâmites legais. "Eu torço para que não haja entraves na construção das alças de acesso à ponte, mas como é que vão conseguir o aval do Ministério Público, dos órgãos ambientais e de outras instituições competentes se as exigências legais básicas não foram cumpridas?", questiona Aguiar. O promotor de Justiça Sávio Carvalho lamentou o fato de a obra ter sido iniciada sem um relatório de impacto ambiental. "Progresso pode e deve existir, mas o progresso deve vir acompanhado de planejamento e de atenção ao meio ambiente. Nós sabemos que toda obra gera um impacto ambiental, e esse impacto não é atenuado apenas com o replantio de carnaúbas. O Ministério Público sabe que a obra está praticamente concluída e precisa ser usada. Não pode virar um elefante branco. No entanto, o MP está atento a essas questões ambientais, que precisam ser respeitadas", ressaltou o representante do MP-PI. Nailma Freitas, representante da Comissão de Desenvolvimento e Patrimônio Urbano da OAB, ratificou a cobrança do membro do MP-PI. "A obra foi iniciada, executada e concluída sem o projeto de impacto ambiental. E eu lamento que alguns gestores só se preocupem com a questão do transporte, sem atentar para os problemas ambientais e para a proteção do patrimônio histórico da cidade", discorreu a advogada. O secretário Augusto Basílio esclareceu que o projeto de impacto ambiental chegou a ser feito, embora não tenha sido apresentado pelo Governo do Estado. De acordo com o gestor municipal, além da redução dos congestionamentos, o projeto de ampliação da Ponte JK também está focado na melhoria da qualidade do transporte público, e, ainda, em proporcionar mais segurança e conforto aos pedestres. "O desembarque de passageiros dos ônibus será feito no canteiro central que será construído na ponte, da mesma forma que vai ocorrer na Avenida Frei Serafim. Para isso, vários veículos do transporte coletivo já estão com a porta à esquerda. Ou seja, o projeto prevê que o canteiro da Avenida Frei Serafim terá uma continuidade na ponte. Desta forma, os pedestres não precisarão atravessar as pistas da avenida", argumenta. Durante a audiência pública, o deputado federal Silas Freire (PR) destacou que as questões ambientais precisam ser consideradas, porém, não de forma radical, de maneira a impedir a evolução da cidade. "A proteção ambiental precisa existir, para garantir nosso futuro e o dos nossos filhos e netos. Mas essas questões ambientais devem ser tratadas com sensatez, sem exageros, para não atrapalhar o desenvolvimento da cidade, e até mesmo para não interferir na qualidade de vida da população", ressaltou Silas Freire. A professora Ângela Napoleão, da Universidade Federal do Piauí, advertiu que a ampliação da ponte teve início a partir de um projeto executivo carente de aperfeiçoamentos, mas ressaltou que ainda é possível realizar um trabalho bem feito na construção das alças de acesso, que corresponde à etapa final e crucial da obra. "É preciso ter mais humildade para reconhecer os erros e melhorar esse projeto. A UFPI, por reiteradas vezes, colocou-se à disposição para auxiliar na elaboração do projeto, mas em todas as ocasiões a ajuda foi recusada", destaca Ângela. Na sessão desta quinta-feira, na Câmara Municipal, o vereador Antonio Aguiar anunciou que, embora não tenha comparecido à audiência, a Secretaria de Transportes receberá todos os encaminhamentos do encontro. "Nós esperamos que a Setrans leve em consideração as sugestões dadas pelos órgãos participantes da audiência pública, pois esta etapa final da obra é essencial para que ela, de fato, se torne uma solução para a mobilidade urbana de Teresina, e não se transforme num novo problema", conclui Aguiar.

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